21 maio 2012

Visão de compaixão da igreja

29º dia
Leitura: 1 Coríntios 13

A compaixão está em baixa. Cresce o número de igrejas, até em nossa denominação, porém cada vez mais descaracterizadas em sua natureza e missão. Assistimos a mudança de enfoque no trato das finanças, a uma impressionante criatividade para levantamento de fundos e à influência do jeito capitalista de ser e da teologia da prosperidade.
Pouco se tem vivido uma identidade verdadeiramente cristã segundo o estilo de Jesus. A postura dele diante de Bartimeu nos enseja a respirar e transpirar misericórdia pura, divina, a ouvir e nos importar com os gritos, às vezes brados, de desolação e revolta, que jamais deixaram de vir dos marginalizados. Jesus foi capaz de ouvi-los e de se sensibilizar. Ele é nosso paradigma de percepção, a fonte de inspiração e autoridade em matéria de compaixão pelos perdidos. Eis o imperativo absoluto de nossa missão e visão: "como o Pai me enviou, eu envio a vós". E como o Pai o enviou? Sobretudo, cheio de graça, de amor, de verdade e de misericórdia por todos!

No caso de Bartimeu, os líderes daquele povo mandaram que ele se calasse. Mas não é o fim. Tolos são os que enganam ao querer uma igreja tipo "meio feito fim" e já não se sensibilizam mais com a agonia de tantos "próximos" que perderam a vista, mas não as mãos para acenar, nem a voz para pedir socorro!
Mesmo que ignoremos o grito dos excluídos, Jesus está pronto para ouvi-los, chamá-los para si e curá-los. Aí cairemos do cavalo da vaidade, da apatia e da insensibilidade, para reconhecermos que Ele é Senhor e Salvador de todos os angustiados e ainda esperançosos. Eis o espelho do que é o evangelho total, integral: encher-se de compaixão e misericórdia, encarando com responsabilidade as demandas que cabem à igreja no processo de restauração total da dignidade do homem.

A Cristolândia é exemplo disso, ouvindo o grito da periferia, chamando os cegos e os curando. Agora, eles mesmos, quais o ex-cego Bartimeu, interrompem a frieza de muitos históricos membros das igrejas, que, perplexos, são obrigados a repensar seus incrustados e frios critérios de ver Jesus e sua obra.
Arrependemo-nos! Nossa chamada é para conhecer Deus, para viver uma vida de intimidade com Ele, e incluir quem está no chão da vida, gritando por misericórdia, por amor, por uma oportunidade, por compaixão.

Texto escrito por Eli Fernandes de Oliveira no livro "100 dias que impactarão o Brasil"

Oremos: 1) Que haja em nós o mesmo sentimento de Jesus pelos carentes; 2) Que possamos ouvir e agir ante aos gritos dos excluídos; 3) Que igrejas organizem ou ampliem os ministérios comunitários; 4) Que contribuamos para as causas sociais com sustento e trabalho voluntário; 5) Transformação do Brasil pela pregação do evangelho.

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